Valores Centrais

Vamos perguntar a nós mesmos: que tipos de práticas desenvolvem as prioridades da igreja? Aquelas que estimulam a gratidão a Deus e a comunhão com Deus; aquelas que estimulam a reflexão, a maturidade, a consolidação da identidade cristã e a vida em comunidade; e aquelas que nos tornam missionais: perdão, diálogo, hospitalidade, serviço criativo. O valor de uma prática deve ser julgado conforme sua relação com as prioridades.
Ex: como usaremos o dinheiro e o tempo? Onde está a “solução” quando temos um problema? O que está nos motivando em certo momento?
Alguns valores centrais tem guiado a forma como realizamos as coisas:

1) Teologia Sólida: Cremos que o ensino bíblico é a base da transformação do indivíduo e da comunidade, e todo princípio ou método de trabalho deve ser biblicamente fundamentado (Rm 12.2,3; Ef 4.13-15, 20-24, 5.26,27; 2Tm 3.16; Tg 1.23-25). Valorizamos os símbolos de fé que resumem fielmente a revelação bíblica.
2) Tradição: Cremos que a tradição é a manjedoura pela qual a verdade divina é comunicada a nós. Por isso valorizamos o ensino dos Pais da Igreja, dos Doutores do Cristianismo e dos Reformadores. Isso se reflete em nossa adoção de Símbolos de Fé (as três formas de unidade da igreja reformada holandesa). Não cremos, no entanto, que a tradição tenha qualquer poder de controlar a autoridade profética da Palavra de Deus.
3) Meios de Graça: Entendemos que os meios de Graça fundamentais da Igreja são a Pregação da Palavra de Deus, as orações (incluindo Adoração, petição e confissão), e a comunhão e participação nos Sacramentos. Adotamos a visão de que o Batismo e a Ceia não são apenas símbolos, mas sacramentos, segundo a visão Reformada Calvinista.
4) Esperança: Temos esperança na redenção de todas as coisas, porque o amor de Deus derramado em nossos corações testifica disso dentro de nós. Não nos dobraremos ao desespero nem deixaremos de ser crianças diante de Deus (Rm 5.5).
5) Realidade: Cremos que o cristianismo só tem valor se houver realidade nele: presença real de Deus, transformação real de vida. Não nos acomodaremos a mera religiosidade exterior.
6) Realismo Bíblico: porque a criação de Deus é boa, buscamos algo de valor em todas as coisas. Porque a queda afetou toda a criação, não somos ingênuos em relação a nenhuma pessoa, cultura ou prática. Porque a redenção já começou, olhamos para todas as coisas com esperança. Rejeitamos tanto o cinismo quando o triunfalismo.
7) Pessoas: Cremos que os seres humanos têm a primazia na criação, por serem à imagem de Deus. Portanto, as pessoas serão sempre mais importantes que as atividades, programações, tradições e métodos (Gn 1.26-31; Jo 3.16; Lc 19.10). Vamos sempre privilegiar atividades em que as pessoas sejam vistas pessoalmente.
8) Hominalidade do Homem: Porque o homem foi criado à imagem de Deus, amaremos em tudo a hominalidade do homem. Aquilo que é essencial para ele – a verdade, a bondade, a beleza; o corpo, a vida psíquica, a linguagem, etc. – tudo será considerado e valorizado em nossas atividades.
9) Saúde da Igreja: Cremos que a prioridade da igreja não é fazer, mas ser. Assim não buscamos meramente o crescimento quantitativo da igreja, mas o crescimento qualitativo, acreditando que na medida em que formos uma igreja saudável, pessoas serão atraídas a nós (At 2.46,47; 1Tm 4.16).
10) Dons e Ministérios: Cremos que o caminho para a edificação do corpo é a multiplicação de ministérios, através do treinamento, liberação dos dons e do ouvir a voz de Deus (At 2.16-18; At 13.1-4; Ef 4. 11-13; 1Tm 4.14). Cremos assim porque todos os crentes são sacerdotes e todos têm a unção e os dons do Espírito. Assim, o privilégio e a responsabilidade de edificar o Corpo de Cristo é de todos (At 2.16-18, 38; Ef 4.11,12,16; 1Pe 2.9,10, 4.10,11).
11) Espiritualidade: Cremos que a vida espiritual de cada um deve ser intensa e fervorosa, e que deve incluir a dimensão estética (sensibilidade), noética (entendimento) e ética (amor cf. Rm 12). Além disso, deve estar baseada na experiência pessoal e constante do amor de Deus (At 1.14; Rm 12.1,2,11,12; Mt 6; 2Tm 2.15; Sl 40.3; 1Jo 4.19).
12) Profecia: Cremos que Deus fala hoje, e queremos aprender a ouvir a voz de Deus e receber a orientação profética para que a igreja seja edificada e ande no centro da vontade de Deus (1Co 14.1-4; 1Ts 5.19-21).
13) Cura: Cremos que Deus sente compaixão pelas necessidades das pessoas e deseja curá-las de suas enfermidades físicas, espirituais, emocionais e relacionais. Por isso investiremos tempo e oração para buscar de Deus a cura para essas pessoas (Mc 1.40-42; Tg 5.14,15)
14) Estruturas: Cremos que todas as estruturas, programações e estratégias de trabalho devem ser funcionais. Tudo o que atrapalha atividades funcionais ou consome energias desnecessariamente deve ser reformulado ou removido (Mc 2.27). Mas métodos não devem se sobrepor a princípios.
15) Liderança: Cremos que os líderes devem ter dons, caráter e aceitação da igreja (Ne1,2; Rm 12.8; At 6.1-6). E devem operar orientados para relacionamentos de discipulado, procurando treinar os liderados para o ministério (Ef 4.11,12; 2Tm 2.1,2; 3.10-15).
16) Excelência: Cremos que a excelência honra a Deus e inspira as pessoas. Tudo deve ser o mais bem feito possível (Ml 1; Cl 3.16-17).
17) Planejamento: Deus é soberano e dirige todas as coisas. Como homens podemos fazer planos, mas só Deus define os resultados. Assim, rejeitamos o pragmatismo moderno e o modelo de planejamento de resultados. Cremos que devemos planejar ações que melhorem a saúde da igreja, não os resultados que queremos alcançar (Tg 4.13-17).
18) Contextualização: Cremos que a igreja deve ser culturalmente relevante, oferecendo respostas significativas para as necessidades das pessoas que pretende alcançar (1Co 9.19-23).
19) Gratidão: Cremos que a vida cristã deve ser caracterizada pela alegria da salvação e pela gratidão pelas dádivas de Deus. Cristãos saudáveis têm o coração alegre e podem transmitir isso aos outros (Gl 5.22; 1Pe 1.8). Nos esforçamos para nunca deixar de agradecer a Deus por cada um de seus benefícios.
20) Autenticidade: Cremos que a obra do Espírito é o coração voluntário. As pessoas não devem ser pressionadas a trabalhar, mas motivadas pela oração, incentivo e elogio a servirem de coração, de maneira autêntica (Sl 51.12; At 4.20; Rm 8.15, 12.10; 2Co 8.7, 9.7; Fil 8; Hb 8.10-12).
21) Disciplina: Cremos que os problemas de comportamento e relacionamento na igreja devem ser tratados biblicamente para serem resolvidos, para evitar que o fermento do pecado contamine toda a comunidade (1Co 5.6-8; Hb 12.14,15). Não acreditamos em cristianismo individualista.
22) Domingo: Cremos que o Domingo deve ser santificado ao Senhor, cumprindo a mesma função simbólica que o sábado cumpria no Judaísmo. O Domingo não deve ser usado, portanto, para entretenimentos e atividades de impeçam a autorreflexão e a meditação em Deus. Mas não cremos que o domingo deva ser observado de forma legalista, como fazem os sabatistas.
23) Governo: Não cremos que a democracia seja adequada a igrejas, uma vez que o governo eclesiástico depende profundamente de experiência, sabedoria e conhecimento da tradição. Também rejeitamos toda forma de autocracia e concentração de poder. Por isso o governo da igreja deve ser Representativo e baseado em Regras Públicas (constitucional).

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